Código
RC016
Área Técnica
Córnea
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Autores
- JESSICA APARECIDA AZEVEDO SALVADOR (Interesse Comercial: NÃO)
- Mirella Lins Matos Canguçu (Interesse Comercial: NÃO)
- Patricia Maria Fernandes Marback (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ESTAFILOMA ANTERIOR APOS TRAUMA COM CORREÇAO CIRURGICA UTILIZANDO ENXERTO TECTONICO CORNEO-ESCLERAL – RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de Estafiloma anterior pós-trauma contuso corrigido com enxerto tectônico córneo-escleral.
Relato do Caso
Paciente masculino, 49 anos, referiu trauma contuso em olho direito (OD) há 2 anos. Evoluiu com dor progressiva e dificuldade para oclusão palpebral OD devido à protuberância localizada em região superior do olho. Encaminhado ao departamento de Oftalmologia, setor de córnea – HUPES para avaliação. Ao exame, acuidade visual sem correção OD: percepção luminosa e visão corrigida em OE: 20/20. À biomicroscopia: área extensa de afilamento córneo-escleral em região superior do OD observando-se tecido uveal subjacente e comprometendo o terço superior da córnea, que apresentava um leucoma central (FIG 1). OD normotenso à bidigitopressão e OE 16 mmHg. Fundoscopia: OD impraticável e OE sem alterações. À ultrassonografia, OD não evidenciou alterações em polo posterior. Diante da extensão da lesão, do passado de trauma e da possibilidade de escassez de tecido conjuntival para recobrir toda a área, foi proposto enxerto tectônico córneo-escleral. A cirurgia foi realizada sob anestesia geral. A conjuntiva foi rebatida, expondo a esclera afilada (FIG 2), o enxerto córneo-escleral de espessura total foi cortado e suturado nas bordas da área comprometida com nylon 9-0 na esclera e 10-0 na córnea (FIG 3) por fim parte do enxerto foi coberto com conjuntiva (FIG 4).
Conclusão
Realizado enxerto córneo-escleral devido à grande extensão de afilamento em esclera superior com dificuldade em fechamento palpebral pela protusão do estafiloma e risco de perfuração ocular. Vários materiais são propostos para o reforço escleral, como esclera autóloga ou homóloga, retalho tarso conjuntival, material sintético ou periósteo¹,2,3. Optamos pela córnea tectônica devido às peculiaridades do caso e à disponibilidade do tecido. O procedimento foi uma alternativa à evisceração.