Título

CATARATA SUBCAPSULAR ANTERIOR INDUZIDA POR CORTICOIDE EM PACIENTE JOVEM: RELATO DE CASO

Objetivo

O uso sistêmico de glicocorticóides está associado a diversos efeitos colaterais: osteoporose, diabetes, glaucoma e catarata. A catarata induzida pelo uso de corticóide, também chamada de corticogênica, tem como forma de apresentação mais frequente o subtipo subcapsular posterior com uma incidência de 18%. A fisiopatologia ainda não é totalmente esclarecida, estudos sugerem teorias osmóticas, metabólicas e de transição celular. A forma capsular anterior é mais rara, estudos sugerem relação com mudanças estruturais a nível da membrana basal da capsula anterior.

Relato do Caso

A.B.M.C., feminino, 26 anos, natural do Rio de Janeiro, relata redução da acuidade visual há 3 meses, sem associação com outros sintomas. Nega trauma. Portadora de asma, em uso recente de corticóide nasal, submetida a duas cirurgias de prótese mamária com história de rejeição tratada com corticoide sistêmico (3 injeções IM de betametasona). Ao exame oftalmológico, a acuidade visual (AV) sem correção era de 20/80 e 20/20 nos olhos direito (OD) e esquerdo (OE), respectivamente. A visão corrigida chegava a 20/20. Refração: OD: -1,00 ESF -0,50 CIL 135º; OE: PLANO. A biomicroscopia evidenciou catarata subcapsular anterior em ambos os olhos (Fig.1) Foi realizada uma tomografia do segmento anterior pelo método de Scheimpflug que mostrou aumento da densidade anterior do cristalino em ambos os olhos. (OD: 16,2 - OE: 14,9) (fig. 2). A paciente não apresentava dificuldade para realização de suas atividades diárias e, por esse motivo, foi optado por tratamento expectante e a paciente foi acompanhada durante 9 meses, acrescentado de fotodocumentação, investigação familiar e observação anual.

Conclusão

Catarata subcapsular anterior como consequencia do uso de corticóide e ainda em baixas doses é raro. Parâmetros como a sintomatologia, o impacto na qualidade de vida, piora da performance visual devem ser registrados ao longo do acompanhamento, o uso da tecnologia de Scheimpflug pode ser útil para avaliar quantitativamente a progressão da doença e estudo do metabolismo cristalininano. A